sábado, 21 de novembro de 2009

Nova geração.



Esses dias, indo para o trabalho como de costume, reparei na enorme quantidade de crianças brasileiras que estudam em escolas japonesas.
Notei também o enorme contraste que aquele rostinho mais moreninho, com grandes olhos, seguido de um capacete amarelo, causa em meio à todas as crianças da escola. Isso chamou minha atenção para um fato que eu costumo afirmar todas as vezes que me encontro em rodas de bate-papo com os amigos: ¨A nova geração¨ dos brasileiros no Japão.
Acompanhem meu raciocínio: há 20 anos as coisas eram bem diferentes, certo? E como eu descrevi na postagem anterior, ainda existem muitos brasileiros vivendo naquela época. Não sabem falar, ler, e preferem viver no caminho entre casa e fábrica, todos os dias. No máximo ir ao departamento mais próximo.
Por outro lado, existem as famílias que se adaptaram muito bem ao Japão. Preferem que seus filhos aprendam a ler e escrever, uma vez que essas famílias, não tem previsão de retorno ao Brasil.
Essas crianças de hoje, tem uma enorme oportunidade de não depender da produção das fábricas, de não precisarem fazer hora extra até tarde da noite. Mas é claro que esse futuro, só vai depender dos pais, uma vez que eles se decidirem por ficar ou não, e reconhecerem a importância de se terminar os estudos.
Essas crianças no futuro, poderão estar integrando equipes de grandes empresas japonesas, ou até mesmo, se formando profissionalmente em algo que realmente gostam, e possam exercer essa função com o devido reconhecimento.
Já vemos cada vez mais, brasileiros trabalhando nas grandes companhias telefônicas, dentistas e hospitais, e eu acredito que em um futuro próximo, o brasileiro vai realmente se enraizar aqui, e seus filhos seguirão em frente como pessoas multi-culturais, formando uma nova geração que terá mais importância para a sociedade e para economia deste país.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Brasileiro, é necessário mudar!




Essa semana em uma conversa com minha esposa, estávamos refletindo sobre os estrangeiros que vivem no Japão. Paramos para analisar a diferença entre eles, e para um melhor entendimento, vou separá-los em dois grupos. O grupo 1 serão os americanos, ingleses, canadenses e etc, o grupo 2 serão os brasileiros.
As pessoas do primeiro grupo, geralmente vem ao Japão para uma espécie de super-intercâmbio cultural, ou seja, em um pequeno espaço de tempo, eles aprendem a falar a língua japonesa, passam nos testes de proficiência, aprendem sobre a culinária japonesa, caligrafia, música, visitam museus, viajam pelo país de trem ou com um bicicleta, muitas vezes namoram com japonesas, penetram em suas famílias, absorvendo tudo e todo tipo de informação, logo estão retornando à seus países com um currículo completo e muito conhecimento sobre este povo.
As pessoas do grupo dois, vem para trabalhar em indústrias, metalúrgicas e montadoras. Moram quase escondidos, se limitam a frequentar apenas lugares como lojas de produtos brasileiros, lanchonetes, boliches, karaokes e outros. Os que estão aqui mais tempo, já frequentam um restaurante japonês e até apreciam a culinária, já viajaram para alguns lugares e conhecem um pouco sobre os serviços prestados pelas entidades governamentais.
Não quero generalizar, mas as pessoas do segundo grupo, estão mais preocupadas com o dinheiro ajuntado e com o patriotismo, do que com obter algum conhecimento diferente que fora lhe apresentado até hoje, e que possa ajudar em algo futuramente. O brasileiro no Japão, quer igualdade social e reconhecimento, mas é o primeiro à se excluir dela. O brasileiro não quer estudar o idioma e quando estuda, acha que já fez por demais e acaba parando no básico, acreditando que aquilo é o suficiente para ¨se virar¨. O tal ¨jeitinho brasileiro¨, deve ser usado em outras situações, e não usado como desculpa para desenvolver nossas capacidades. A maioria dos brasileiros acha que só se dá bem, quando levou vantagem em algum tipo de transação, quando deu um ¨jeitinho¨ (calote) para conseguir algo que desejava. Exemplo: comprar um celular de última geração (i-fone) e ir embora para o Brasil, comprar um carro Zero Quilômentro e vender para outra pessoa sem terminar ou negociar o pagamento da prestação, voltar as pressas para o Brasil com dívida no cartão de crédito, imposto municipal e seguro de saúde, estar perto de viajar para o Brasil e arrumar um canto qualquer para jogar todos os seus móveis e eletrodomésticos, e são tantos exemplos que posso descrever, que não caberiam nesta postagem.
Vamos deixar de lado essa ignorância, essa preguiça, esse monte de desculpas, e vamos encarar as coisas de peito aberto com responsabilidade. Vamos estudar japonês, vamos fazer amigos japoneses, vamos frequentar suas casas e aprender sua cultura, vamos jogar o lixo corretamente, vamos pagar os impostos (que são absurdos de caro), vamos parar de fazer comentários maldosos na frente do japonês só por que ele não entende, vamos ao museu, vamos ver uma peça de teatro, vamos fazer um passeio cultural, vamos adquirir a riqueza do conhecimento que vai iluminar nossas vidas.
Eu sou capoeirista há muitos anos e posso lhe dizer com certeza que, a preguiça é uma doença, mas o melhor disso é que ela tem cura.
E para quem não gostou desse desabafo: ¨Eu falei mal do brasileiro por que eu posso, eu sou brasileiro!¨

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um fato verídico



Recentemente, um novo funcionário foi transferido para o setor onde eu trabalho. Tratarei de chamá-lo por Akira, pois não convém citar o nome real.
Akira aprendeu com os brasileiros muitas palavras sobre o português, a respeito de coisas boas e más. Logo se sentiu à vontade com os brasileiros e passou a fazer muitas amizades.
Ao logo de alguns meses, Akira passou por uma cirurgia, está bem de saúde, mas não poderá andar de bicicleta por algum tempo, então passou a ir à pé ao trabalho.
No caminho de volta, acabei descobrindo que Akira mora na mesma via que utilizo diariamente, então resolvi dar uma carona (diária), no caminho de volta para casa. Logo percebi que tínhamos alguns assuntos em comum, então passamos a conversar sobre os acontecimentos gerais, onde fiquei sabendo da verdadeira profissão de Akira.
Chefe de cozinha! Akira é um profissional na área da alimentação. Já trabalhou em vários hotéis importantes da cidade como cozinheiro chefe. Com o logo dos anos, deixou de ser empregado para abrir seu próprio negócio, que não teve muito sucesso, e devido à crise financeira mundial, Akira foi obrigado a fechar.
Então foi assim que Akira veio trabalhar no ramo de auto-peças, contando, embalando e registrando os pedidos.
Ao saber disso lhe perguntei o motivo de não querer mais continuar no ramo, e Akira disse que não queria mais passar por todas as dificuldades que um cozinheiro passa, mesmo com um bom currículo e tempo de experiência, é preciso passar por muitas provas e se dedicar muito tempo para que se consiga alcançar novamente o cargo de chefe. Entendo bem o que Akira quer dizer, afinal em meu ramo, (capoeiragem) é necessário o mesmo esforço para se adquirir algum respeito.
Há alguns dias atrás, no caminho de volta para casa, Akira me disse que recebera um convite para um casamento, de um rapaz que foi seu aluno de culinária. Devido a distância, Akira planejou enviar apenas um envelope com dinheiro, agradecendo pelo convite. Mas ao anunciar sua decisão ao seu ex-aluno, o mesmo insistiu muito e disse que já havia reservado um quarto privilegiado no hotel em que trabalhava, e que Akira não poderia deixar de comparecer, não importando o motivo. Akira que se sentiu sem saída, foi de carro e percorreu 850 km até o local do casamento. Lá chegando se deparou com uma enorme surpresa: seu ex-aluno de culinária, se tornara o chefe de cozinha deste hotel e tinha sob seus comandos uma equipe de cinquenta cozinheiros! Akira ficou muito feliz, uma vez que ele tinha sido o único professor de culinária daquele rapaz.
Akira ficou no hotel por dois dias, e acompanhou todos os preparativos da festa de casamento de perto, com a seriedade do verdadeiro chefe. Uma vez que Akira tinha sido professor do chefe de cozinha daquele hotel, os cinquenta cozinheiros que tratavam da organização, o tratavam com muita veneração e respeito. Akira disse-me que sentira mais uma vez o verdadeiro valor de seu conhecimento.
No último dia em que Akira se preparará para retornar, seu ex-aluno lhe preparou um jantar surpresa, que foi servido na suíte, com todos os méritos de um verdadeiro mestre. Akira fez a refeição toda em silêncio e experimentara todos os sabores servidos à ele. Enquanto comia, seu ex-aluno e alguns cozinheiros, ficaram em volta observando calmamente e aguardando Akira terminar sua refeição. No final, todos permaneciam em silêncio, e seu discípulo finalmente pode perguntar-lhe com muita apreensão: O que achou do sabor?
Akira sem olhar para seus olhos, pois estavam umedecidos, respondeu que sim! Estava perfeito!
Neste momento, Akira me jurou que foi sincero, pois teria que sê-lo mesmo que o sabor estivesse ruim, pois só assim seu aluno chegaria a perfeição.
Enfim, Akira se virou naturalmente e viu seu ex-aluno e alguns cozinheiros chorando de emoção. Logo Akira também se comoveu, e viu o quão foi importante ensinar calmamente aquela pessoa, mesmo não sabendo que rumo teria ela.
Tudo se passou e Akira voltou, muito feliz de não ter desmarcado esse encontro que para ele foi muito importante. Akira também me contou que depois do jantar, ele e seu ex-aluno sentaram-se para conversar sobre o longo tempo em que não estiveram juntos. Seu aluno empolgado, começou a conversa lhe contando como se tornara chefe daquele famoso hotel, suas responsabilidades e carga horária, também disse que recebia um pagamento que lhe era justo. Nada menos que 600 mil ienes mensais!!!
Akira se assustou! E logo em seguida, seu aluno quis saber, onde seu estimado professor estava trabalhando e quanto ganhava. Neste momento, Akira me disse que nunca sentira tanta vergonha em sua vida, em dizer que estava trabalhando em uma fábrica de auto peças, ganhando cerca de 180 mil ienes por mês, e ainda com muita hora extra. Akira sabe que não há nada de vergonhoso nisso. O que sentiu, foi em relação ao que Akira já tinha sido, ao que já tinha possuído na vida, graças ao seu conhecimento culinário. Akira sentira vergonha diante da expressão que seu aluno fez quando ouviu a notícia. Logo o mesmo lhe convidou a ir trabalhar para ele (em uma inversão de papéis), Akira passaria a ser o funcionário daquele que ensinara tantos anos. Com o orgulho afinado de todo profissional, Akira recusou e voltou para sua realidade atual, aquela que ele aceitou por força dos acontecimentos.
Penso diariamente qual o verbo que deveria ter mais influência em nossas vidas, o verbo ¨ter¨ ou ¨ser¨?
Ter dinheiro, ter carro novo, ter tudo, será o caminho de uma vida feliz? ou ¨Ser¨ alguém na vida nos traria mais felicidade?
Pensem e me digam a resposta, pois ainda não a encontrei.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Gostaria muito de compartilhar com todos vocês a melhor literatura que já acompanhei até hoje. A história do incrível e espetacular, MIYAMOTO MUSASHI, o maior samurai de todos os tempos.
Um homem dotado de incrível sabedoria, com a sensibilidade à flor da pele, que lhe permitiu estudar os princípios da arte marcial, tornando-se então, o melhor de todos.
Neste livro, que está dividido em dois volumes (cada um com cerca de 1,000 páginas), é possível viajar no tempo e ter uma noção muito real sobre o Japão imperial. Os costumes, vestimentas, gestos, pensamentos, cultura, tudo isso explicado de uma forma que faz o leitor voltar no tempo e aprender mais sobre o desenvolvimento espiritual do ser humano.
Eu que sou descendente de japonês da terceira geração, aprendi muito mais sobre a cultura deste país. A leitura se torna tão empolgante, que algumas vezes passo da hora de dormir, para ler um pouco mais!
Para quem gosta de leitura, aí está um prato quente!

Salve.

domingo, 13 de setembro de 2009

Verdade ou Mentira???

                                   
Boa noite,

Recentemente assisti a um documentário postado no YouTube que fala sobre esse assunto tão polêmico nos dias de hoje. O vídeo se chama ¨A grande farsa do aquecimento Global¨, e acreditem, eu estou completamente convencido que todo esse papo foi pura jogada política. Para quem gosta de avaliar bem e julgar os fatos, esse é um bom documentário que nos faz refletir sobre outra coisa: até que ponto a televisão influencia em nossas vidas? Você já se perguntou isso?
O documentário não diz que devemos gastar água, luz, combustível e petróleo a vontade, mas explica que o simples fator que está causando essa brusca mudança de tempo é nada mais, nada menos que ...NADA!!!
Essas mudanças sempre ocorreram com o decorrer dos séculos e estão diretamente ligadas ao SOL!
Isso mesmo, ao SOL! A ONU no momento em que aprovou os relatórios sobre o aquecimento, ignorou totalmente outras possibilidades, coisa que para quem é cientista é inviável. Afinal o cientista precisa especular todas as possibilidades possíveis para se chegar a um resultado preciso. E neste caso, não foi o que aconteceu.
Concordo plenamente que esse assunto de aquecimento global, gerou milhões e milhões de empregos no mundo todo, sem falar que está fazendo com que as pessoas tenham mais consciência de como controlar seu consumo desenfreado dos recursos naturais. Também acho que isso poderá influenciar muito as futuras gerações. Mas assunto em questão é o que está causando o aquecimento Global? Disso eu já tenho certeza,
não é o CO2!!!
Fiquei tão perplexo com este documentário que isso me fez pensar até que ponto a televisão influencia nossas opiniões, nossas mentes e nossas vidas?
Algumas emissoras de televisão usam assuntos desastrosos e polêmicos para gerar medo nas pessoas, para fazer com que elas dependam de algo que elas vendem ou anunciam. As pessoas com medo da violência, compram armas, câmeras de segurança, carros especiais blindados, deixam de sair com suas famílias, e no pior dos casos, enlouquecem e acabam cometendo grandes erros.
Ao contrário do que estou dizendo, existem também assuntos engraçados e muito instrutivos, existem informações necessárias para nosso dia a dia e outras coisas mais.
Minha mensagem é essa! Assistam o documentário e prestem muita atenção ao assunto principal. Na minha opinião a maior vítima de todo esse assunto somos nós e a própria natureza!
Se liguem na televisão, escolham o querem assistir e formem opiniões próprias, baseadas naquilo em que acredita ser REAL!

Salve!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Árvores cortadas no meu apartamento.

Bom dia a todos,

É lamentável chegar em casa e encontrar na escada do seu apartamento, lixo jogado pelos próprios moradores do prédio.
Neste apartamento, moram brasileiros e japoneses. O mérito de toda essa sujeira se deve à todos, já que não sabemos quem contribui para essa situação. Alguns moradores se cansaram e começaram a recolher esse lixo para que o local ficasse limpo. Mas com o decorrer dos dias, todos os panfletos indesejados, ou que estão em português, são jogados ali mesmo, uma vez que de nada interessa ao morador japonês.
Isso me fez pensar naquele velho ditado ¨uma andorinha só não faz verão¨, e me fez refletir o seguinte: um pequeno gesto de uma pessoa somado ao pequeno gesto de outra pessoa, poderia terminar com um GRANDE resultado. Pequeno gesto como: cada um levar seu lixo, fechar a torneira enquanto escova os dentes, apagar a luz quando se sai de um quarto,  separar o plástico do papel, jogar o óleo de cozinha de forma apropriada, entre outros gestos, poderíamos estar contribuindo, todos juntos para a salvação de nosso planeta.
Eu mesmo confesso que preciso do meu carro, movido a gasolina, para ir trabalhar e para realizar outras tarefas. Penso na possíbilidade de um dia adquirir um carro híbrido e colaborar mais ainda com a natureza em que vivemos. Enfim, resumindo, uma andorinha sozinha faz verão sim! Não espero pela atitude alheia, seja você mesmo a atitude em pessoa. Realize!

Salve a natureza,

Contramestre Japão

Minha primeira postagem sobre a situação atual do brasileiro no Japão.


Boa noite,

Gostaria de começar escrevendo sobre a atual situação dos brasileiros no Japão e o maravilhoso trabalho realizado pelo Mestre Tetsuyoshi Kodama.
Este ano de 2009, nós brasileiros aqui no Japão, passamos por muitas dificuldades devido a falta de emprego no mercado de trabalho. Como a maioria dos brasileiros não falam a língua japonesa, fica ainda mais difícil encontrar uma boa oportunidade para se segurar durante essa fase tão turbulenta.
Eu mesmo, no início deste ano, me vi diante de um grande abismo, e para sobreviver a essa situação, me submeti a trabalhar nas ruas, em serviço extremamente braçal, ao relento e por um salário tão baixo, que não consegui ter dinheiro para pagar minhas despesas básicas. Fui empregado, ¨Graças a Deus¨, no setor de DEMOLIÇÃO! Casas velhas de madeira, galpões de concreto, estradas, tudo que já estivesse ultrapassado e condenado pela prefeitura. Nós destruíamos e limpávamos a sujeira!
Foi muito difícil aceitar o último trabalho, onde juntamente com outros amigos brasileiros e japoneses, fomos submetidos a limpar um pequeno córrego de água, que no Brasil chamamos de ¨vala¨ . Em pleno inverno japonês, com roupas de borracha, que por mais engraçado que pareça, possuíam muito furos. Nós entravamos na vala para juntar o lodo acumulado no fundo e depois retirar do fundo da água com pás e baldes todo aquele material, pesado, sujo, molhado.....nunca senti tanto frio na minha vida!
Durante esses dias em que trabalhei neste serviço, aprendi muito sobre aproveitar as boas oportunidades, sobre a importância dos estudos e da educação. Aprendi também a organizar melhor meus objetivos para que eu não precisasse mais voltar para dentro daquele rio. Embora eu tenha completado meus estudos, a situação que o país se encontrava, não me permitiu escolher algo melhor, ou sentir vaidade e não aceitar aquele tipo de serviço.
A unica coisa que vinha a minha mente é que eu devia ¨segurar a barra¨, enquanto nossos líderes procuravam uma solução para os nossos problemas.

Agora, encontramos o Japão na seguinte situação: muitos brasileiros retornaram ao Brasil. Alguns por conta própria, outros com subsídio do governo e ainda aqueles que fizeram dessa crise um bom momento para retornar definitivamente ao Brasil. A maioria pretende retornar ao Japão e levar em frente seus velhos planos para realizarem futuros sonhos.
Com toda essa confusão, muitas escolas brasileiras, que no Japão funcionam como empresas, faliram e fecharam as portas, conclusão: as crianças, no melhor dos casos, passaram a estudar na escola japonesa, e no pior deles, ficaram em casa junto com os pais desempregados. Eu me pergunto todos os dias...qual a ordem certa das coisas? As crianças que foram para escola japonesa, estão passando por um tremendo aperto diante do choque cultural de se mudar de escola, com um pensamento, filosofia e didática totalmente diferente do até então conhecido por elas. As crianças acabam perdendo sua identidade cultural e com os anos de estudo, perdem cada vez mais a proximidade com os pais, devido ao fato de os mesmos não falarem a língua japonesa e não pensarem como um japonês. Ainda mais alarmante é o problema das crianças que ficam em casa com os pais, devido a dificuldades financeiras. Alguns realmente por necessidade, outros por opção.....saí mais em conta. São todos esses problemas, juntos aos demais que levam os jovens a se divertirem nas ruas e no pior dos casos, causarem transtorno, onde alguns terminam chamando pelos pais, atrás das grades.
Aqui entra o Sr. Tetsuyoshi Kodama, o Mestre, faixa-preta de karatê - 4 dan, tradutor da polícia de Hamamatsu e atualmente vice-residente da Aliança de Intercâmbio Brasil-Japão. Mestre Kodama sai as ruas em busca de jovens que estão se divertindo pelas madrugadas badaladas da cidade de Hamamatsu. Mestre Kodama, conversa com eles sobre seus problemas e sobre as dificuldades encontradas pelos jovens, tais como adaptação na sociedade japonesa, identidade, preconceito, solidão e falta de estrutura familiar. Mestre Kodama se comove com esses jovens e resolve ajudar, criando projetos que visam melhorar a educação da criança brasileira no Japão. Projetos esses, que contam com a ajuda de gente muito importante em nosso meio social, como o recente eleito Governador de Shizuoka, Sr. Heita Kawakatsu. Mestre Kodama, planeja abrir uma escola para estrangeiros, uma escola onde as crianças recém chegadas do Brasil possam estudar pelo período de seis meses, a cultura e a língua japonesa, sem nenhum custo adicional, com transporte e refeições diárias. Tempo suficiente para que os pais possam se organizar na busca do novo emprego, na regularização dos documentos e a partir de então, decidir se o filho seguirá para uma escola japonesa ou brasileira. Esse objetivo que ao meu ponto de vista é grandioso, beneficiará muitas pessoas, não só crianças brasileiras, mas de todas as nacionalidades.
Vamos então, SALVAR,  Mestre Kodama, para que ele tenha apoio de todos os deuses! Vamos nos ligar nos acontecimentos da sociedade e da nossa comunidade, afinal estamos na era da informação!
Segure a barra Mestre Kodama!

Salve,

Contramestre Japão.