sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Brasileiro, é necessário mudar!




Essa semana em uma conversa com minha esposa, estávamos refletindo sobre os estrangeiros que vivem no Japão. Paramos para analisar a diferença entre eles, e para um melhor entendimento, vou separá-los em dois grupos. O grupo 1 serão os americanos, ingleses, canadenses e etc, o grupo 2 serão os brasileiros.
As pessoas do primeiro grupo, geralmente vem ao Japão para uma espécie de super-intercâmbio cultural, ou seja, em um pequeno espaço de tempo, eles aprendem a falar a língua japonesa, passam nos testes de proficiência, aprendem sobre a culinária japonesa, caligrafia, música, visitam museus, viajam pelo país de trem ou com um bicicleta, muitas vezes namoram com japonesas, penetram em suas famílias, absorvendo tudo e todo tipo de informação, logo estão retornando à seus países com um currículo completo e muito conhecimento sobre este povo.
As pessoas do grupo dois, vem para trabalhar em indústrias, metalúrgicas e montadoras. Moram quase escondidos, se limitam a frequentar apenas lugares como lojas de produtos brasileiros, lanchonetes, boliches, karaokes e outros. Os que estão aqui mais tempo, já frequentam um restaurante japonês e até apreciam a culinária, já viajaram para alguns lugares e conhecem um pouco sobre os serviços prestados pelas entidades governamentais.
Não quero generalizar, mas as pessoas do segundo grupo, estão mais preocupadas com o dinheiro ajuntado e com o patriotismo, do que com obter algum conhecimento diferente que fora lhe apresentado até hoje, e que possa ajudar em algo futuramente. O brasileiro no Japão, quer igualdade social e reconhecimento, mas é o primeiro à se excluir dela. O brasileiro não quer estudar o idioma e quando estuda, acha que já fez por demais e acaba parando no básico, acreditando que aquilo é o suficiente para ¨se virar¨. O tal ¨jeitinho brasileiro¨, deve ser usado em outras situações, e não usado como desculpa para desenvolver nossas capacidades. A maioria dos brasileiros acha que só se dá bem, quando levou vantagem em algum tipo de transação, quando deu um ¨jeitinho¨ (calote) para conseguir algo que desejava. Exemplo: comprar um celular de última geração (i-fone) e ir embora para o Brasil, comprar um carro Zero Quilômentro e vender para outra pessoa sem terminar ou negociar o pagamento da prestação, voltar as pressas para o Brasil com dívida no cartão de crédito, imposto municipal e seguro de saúde, estar perto de viajar para o Brasil e arrumar um canto qualquer para jogar todos os seus móveis e eletrodomésticos, e são tantos exemplos que posso descrever, que não caberiam nesta postagem.
Vamos deixar de lado essa ignorância, essa preguiça, esse monte de desculpas, e vamos encarar as coisas de peito aberto com responsabilidade. Vamos estudar japonês, vamos fazer amigos japoneses, vamos frequentar suas casas e aprender sua cultura, vamos jogar o lixo corretamente, vamos pagar os impostos (que são absurdos de caro), vamos parar de fazer comentários maldosos na frente do japonês só por que ele não entende, vamos ao museu, vamos ver uma peça de teatro, vamos fazer um passeio cultural, vamos adquirir a riqueza do conhecimento que vai iluminar nossas vidas.
Eu sou capoeirista há muitos anos e posso lhe dizer com certeza que, a preguiça é uma doença, mas o melhor disso é que ela tem cura.
E para quem não gostou desse desabafo: ¨Eu falei mal do brasileiro por que eu posso, eu sou brasileiro!¨

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